“Nazaro Não Morreu” mantém viva a tradição popular após o carnaval

Em média 120 pessoas participaram do evento cultural na quarta-feira de cinzas, mantendo viva a tradição centenária de enterrar o carnaval de Barreiras

Cobertos por mortalha branca carregando farinha de trigo, ovos e talco, mais de 120 nazarenos se concentraram em frente ao Centro Cultural Rivelino Silva de Carvalho nesta quarta-feira de cinzas, 26, para simbolicamente enterrar o carnaval de Barreiras. Animados, eles saíram em desfile percorrendo as ruas Marechal Deodoro, José Bonifácio, Estádio, Esquina do Neto, Praça São João Batista até a Rua Humaitá, falando no megafone “Nazaro morreu do peido que deu”.

Com apoio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer através da Diretoria de Cultura, este ano a festa centenária do Nazaro foi um dos projetos culturais contemplados pelo chamamento público de apoio e incentivo à cultura. O coordenador da proposição “Nazaro não morreu”, o jovem Thierry Bagano explicou que o incentivo proporcionou melhor estruturação e ajudou na organização do movimento cultural.

“O Nazaro é genuinamente barreirense. Essa manifestação me conquistou ainda pequeno, quando eu via meus tios e amigos se preparando para sair na quarta-feira de cinzas para enterrar o carnaval. Existe toda uma história, um envolvimento popular e não poderíamos deixar essa tradição morrer”, disse o coordenador.

Reconhecido como Patrimônio Imaterial Cultural de Barreiras através da Lei nº 1.266 aprovada em 13 de setembro de 2017, o Nazaro chamou atenção dos turistas e moradores, que corriam entrando na brincadeira enquanto outros se trancavam em suas casas para não correr o risco de serem atingidos por ovos e farinha de trigo.

A COOTRANS, Guarda Municipal e a Polícia Militar seguiram o cortejo até o encerramento na rua Humaitá com o intuito de coordenar o trânsito, evitar exageros e confusões. Segundo o diretor de cultura Lucas Barreto, essa tradição faz parte também do carnaval e esse ano o Barreiras Folia foi finalizado com um Nazaro organizado e tranquilo.

“É muito importante manter essa tradição centenária, um movimento original dos foliões barreirenses que desperta nos nazarenos o sentimento de pertencimento e avivamento cultural. São manifestações que não podem ser perdidas ou esquecidas, por isso o Nazaro contou com o apoio da Prefeitura, que tem valorizado muito as festas populares, fortalecido e respeitado cada forma de pensar, costume e crença, a exemplo da Festa de Iemanjá, Carnaval, São João e tantos outros festejos”, finalizou o diretor.

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